A Autora

Ana Karina Luna é de Maceió, AL (Brasil); morou 17 anos em Seattle (EUA), de onde voltou em 2015. Produz poemas, contos e crônicas, em Inglês e Português, e escreve para o seu blog O Quartinho. Como artista plástica, sua produção vai de linóleo-gravuras e telas a esculturas em arame e desenhos em grafite. Fez 4 exposições solo e participou de mais de 20 coletivas. Em 2008, fundou em Seattle a tipografia Miss Cline Press — prensava poemas e gravuras usando prensas de ferro centenárias (como as de Gutemberg). Em 2014, seus poemas Melodrama e Distraction foram os únicos poemas premiados (3° lugar, 1° e 2° foram contos) no concurso anual de contos e poemas da Hugo House Literary Series, em Seattle. Em 2016, seu conto Lava foi selecionado e publicado na coletânea de contos Pecados Capitais da Editora Illuminare. Em 2017 publicou o seu primeiro livro, Saindo da Piscina de Éter - Poemas Ilustrados, e em 2019, o segundo, Maluquete Quer Dançar - Poemas e Geometrias, em 2020, em pleno ano pandêmico nasce seu terceiro livro, Mário (& Rosina) - Uma Novela, todos publicados pela Lua Negra Cartonera, a qual fundou. Karina é formada em arquitetura e urbanismo (B.A., Bacharelado em Artes, UFAL, 1995 - e ainda é boa nisso!) e é especializada em design gráfico (A.A.A., Associada em Artes Aplicadas, EUA, 2001); tem formação em terapia holística (em Gestalt Viva, Instituto Gestalt de Vanguarda Claudio Naranjo, São Paulo, 2019); é taróloga e astróloga; estuda cristais, florais, e a física quântica nas suas múltiplas representações; é interessada pela dança improvisada e pelo movimento espontâneo, pela nutrição orgânica e pela fenomenologia. Discípula de Dionísio e da Senhora Lua.

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Para saber mais sobre a arte visual de Ana Karina Luna visite seu Portfolio de Arte

Enquanto o mar não vem
cuido das louças,
apalpo uma caneta,
cuido dos copos de água
que não sequem para as flores,
escrevo num regime de lentidão,
naquela espécie de silêncio cheio,
mutismo de banheiro, —
contenho-me tal qual,
aguardo palavras
— muito depois da tinta tocar o papel, —
de novo cuido das louças, das águas, das flores,
acaricio canetas.

O mar não bate na amurada nessas horas,
não vem,
ele sabe que preciso dos silêncios cheios e inchados,
ocos para lágrimas.

(do livro "Saindo da Piscina de Éter")